Conscientes da importância de se registrar a história em seus diversos contextos como forma de manter viva na memória de todos fatos que aconteceram e acontecem em nossa sociedade e também atendendo a uma solicitação da Secretaria de Educação de Campos, escrevemos com muito entusiasmo, carinho e dedicação a história da Escola Municipal Santa Terezinha, oportunidade em que nos foi possível constatar a veracidade da frase: “A união faz a força”., pois nossa escola tem origem da união de um grupo que lutou e conquistou o objetivo que almejavam.
UMA HISTÓRIA DE LUTAS E CONQUISTAS
No dia 29 de março de 1963, realizou-se no Grupo Escolar Dr. Barros Barreto em Baixa Grande uma reunião com o objetivo de criação do futuro Ginásio em nossa comunidade, já que esta contava apenas com o curso primário e seus alunos não tinham condições de se deslocarem para a cidade e dar continuidade aos estudos. Era a realização de um sonho que com muito empenho e ajuda dos moradores se tornou realidade.
Participaram desta reunião, o prefeito de Campos que na época era o Dr. João Barcelos Martins, o Diretor Gerente da Usina Santo Amaro Dr. Luiz Costa e Silva e demais autoridades, professores e comunidade em geral. Usaram ainda da palavra, na ocasião, os sacerdotes beneditinos do Mosteiro de São Bento – Dom Bonifácio e Dom Agostinho.
No dia 12 de dezembro de 1963, era fundado o tão sonhado Ginásio, tendo como 1º diretor, eleito através de votação o sacerdote Dom Bonifácio (O.S.B.) que deu ao Educandário o nome de Ginásio Santa Terezinha.
Inicialmente, as aulas aconteciam no Grupo Escolar Dr. Barros Barreto, mas logo sentiu-se a necessidade de construir um prédio próprio.
No ano de 1966 inicia-se o projeto para essa construção. Foi então que começou uma movimentação muita intensa, a fim de conseguir materiais para tal objetivo. Os alunos realizavam bailes, gincanas (ganhava a equipe que trouxesse maior quantidade de tijolos ou cimento). Houve a contribuição do Diretor Gerente da Usina Santo Amaro que doou o terreno, de alguns fazendeiros que na época se comprometeram em construir algumas salas e claro a participação ativa da comunidade local.
(Dom Bonifácio e seus auxiliares em Desfile Cívico)
O Ginásio Santa Terezinha era mantido com a ajuda da Usina Santo Amaro e com as mensalidades pagas pelos alunos. Com o passar dos anos a usina começa a viver um período de crise financeira, ficando sem possibilidades de continuar ajudando ao Ginásio. Dom Bonifácio diante de tal situação recorre á C.N.E.C. ( Campanha Nacional das Escolas da Comunidade) e no ano de 1973 o Ginásio Santa Terezinha passa a ser chamado de Colégio Cenecista Santa Terezinha, ocasião em que foi implantado o 2º Grau com o curso de Formação de Professores, tendo à partir daí a C.N.E.C. como entidade mantenedora.
(Dom Bonifácio com suas auxiliares e alunas integrantes da primeira turma do curso de Formação de Professores).
No ano de 1977 agrava-se o estado de saúde de Dom Bonifácio e como o mesmo já havia escolhido a professora Leda Manhães Pinto Lucas para ser vice-diretora, esta passa a responder pela direção na ausência do sacerdote. Nos últimos momentos de sofrimento de Dom Bonifácio, por ocasião de uma visita feita por dona Leda, este diz que a sua única preocupação era o colégio e ela o tranqüiliza para que não se preocupasse, porque ia fazer o possível e até mesmo o impossível para ver sempre brilhar a menina dos olhos do sacerdote, que era o Colégio Santa Terezinha.
Com o falecimento de Dom Bonifácio, fica então a professora Lêda como diretora do Colégio Cenecista Santa Terezinha.
Dona Lêda, por sua vez, dá continuidade ao trabalho de Dom Bonifácio, primando pela qualidade do ensino no estabelecimento. Foram muitos os que por aqui passaram, concluindo o curso de Formação de Professores e fazendo parte da história do colégio.
Em meio a tantas lutas e conquistas o Colégio Cenecista Santa Terezinha passa a enfrentar momentos de dificuldades financeiras, pois o principal empregador da localidade, a Usina Santo Amaro, estava com problemas, tendo que demitir funcionários, com isso houve uma evasão escolar que resultou no quase fechamento do colégio.
A diretora, Dona Lêda, comunica ao presidente da C.N.E.C. através de uma carta a situação que o colégio estava passando, relatando também a única saída encontrada, que seria a municipalização do colégio, pois segundo a própria Dona Lêda disse na carta: “ Tudo tem seu tempo, tudo tem seu momento e agora o nosso momento é este: municipalizar a escola... para dar ao nosso alunado tudo aquilo que ele mais necessita no momento, ensino bom e gratuito.”
A diretora consegue uma audiência com o prefeito da época e conversa sobre a possibilidade da municipalização do colégio, e mais uma luta se inicia...
Felizmente com o empenho da direção e seus auxiliares é apresentado na Câmara Municipal de Campos o projeto de lei no qual o colégio é encampado pela prefeitura, com a aprovação dos vereadores, onde à partir da data de 1º de março de 1990 escola recebe o nome de Colégio Municipal Santa Terezinha, ficando sob o regime de comodato, onde permanece até hoje.
Situado na Rua Dom Bonifácio Plum, snº em Baixa grande, o Colégio Municipal Santa Terezinha teve Dona Lêda Manhães Pinto Lucas à frente da direção por um período de 39 anos. Durante sua gestão muitas foram as lutas, também muitas conquistas, sonhos que conseguiu realizar, tantos outros que sonhou, porém sem alcançar. Mas como ela mesma disse: “Tudo tem seu tempo.” E ela a seu tempo muito fez pela Escola Santa Terezinha.
Leda Manhães Pinto Lucas, nasceu em 30/09/1933, em Campos – RJ, professora, licenciada em pedagogia.
Atuou como regente na escola de Campo Novo, no grupo Escolar Dr. Barros Barreto, onde também foi diretora, no Grupo Escolar Visconde do Rio Branco, do Colégio Batista Fluminense, Faculdade de Filosofia de Campos, Liceu de Humanidades de Campos e diretora da Escola municipal Santa Terezinha por 30 anos.
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